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"EU TINHA DUAS MISSÕES IMPORTANTES: CUIDAR DE MEUS NEGÓCIOS E DA MINHA LOJA, DE UM PORTE CONSIDERÁVEL, NA QUAL EU INVESTIRA TODO O CAPITAL QUE EU TINHA NESSE MUNDO. A OUTRA ERA A DE PRESERVAR MINHA VIDA ENQUANTO SE ABATIA EM TODA A CIDADE UMA CALAMIDADE APARENTEMENTE TÃO SOMBRIA, MAS QUE O MEU MEDO E O MEDO DOS OUTROS TORNAVAM AINDA MAIS SOMBRIA.”
Quando Daniel Defoe publicou “Diário do ano da peste”, em 1722, tinha como motivação alertar seus conterrâneos. Atuando com intenso espírito jornalístico, Defoe orienta a como lidar com a calamidade, bem como as melhores medidas a serem adotadas para enfrentá-la.
O escritor era apenas um menino quando a Grande Peste de 1665 atingiu Londres e matou aproximadamente 97 mil pessoas; no entanto, isso não foi empecilho para o autor da obra-prima “Robinson Crusoé” relatar, com capacidade espantosa e de modo vívido e minucioso, o importante momento histórico. E é de surpreender – quando nos deparamos com o trecho acima, por exemplo – o quanto aquele período se assemelha à nossa realidade, quase trezentos anos depois.
Com
tradução que busca equilibrar o novo e o arcaico, esta obra nos transporta a
uma perspectiva única daquela época, constituindo-se também como um guia para
ajudar a compreender o nosso tempo e, sobretudo, para que não cometamos os
mesmos erros.
DANIEL DEFOE (1660-1731) nasceu em Londres. Filho de comerciantes anglicanos, tentou seguir a carreira religiosa, mas desistiu e tornou-se mercador, área que lhe possibilitou ter empreendimentos e viajar pela Europa. Em seguida, foi jornalista e envolveu-se com política, lançando panfletos e periódicos na juventude.
Precursor
do romance realista inglês, conquistou prestígio internacional com a obra “Robinson
Crusoé” (1719), o que o impulsionou a dedicar-se à literatura, mantendo uma
produção prolífica em diversos gêneros: romances, biografias, sátiras, poemas,
entre outros. “Diário do ano da peste” é considerado um grande salto para o
desenvolvimento do jornalismo moderno.