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O quão estranho seria viver num mundo superpopuloso, em que o governo, altamente burocrático, adota uma série de leis com o objetivo de reduzir drasticamente a natalidade? É nesse cenário, no qual ter filhos não é bem visto, que vivem Tristram Foxe e sua mulher, Beatrice-Joanna. De seu apartamento ausente de espaço num arranha-céu, eles assistem à exaltação da homossexualidade como política de controle de natalidade e à estigmatização da heterossexualidade.
Essa sociedade, que vive num futuro não muito
distante, ainda é assombrada por uma crise de abastecimento, responsável por implantar
o caos dos restaurantes canibais e dos mágicos rituais fertilizantes, além,
claro, das guerras sem inimigos. “Sementes malditas” é uma distopia divertida de
maneira extravagante e séria de maneira sombria, como só Anthony Burgess, autor
do icônico “Laranja mecânica”, poderia ser capaz de escrever.
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