Nas terras de Creonte só os designados podem escrever, então as autoridades escolheram alguém para uma importante missão: a de registrar as transformações da sociedade, os costumes, os desejos, as crenças e reuni-las em um livro.
Mesmo surpreso com a proposta, Memoriete - o homem incumbido dessa tarefa - traça um paralelo crítico, por meio do acesso a arquivos ocultos, e analisa as diversas áreas da sociedade.
No entanto, sua motivação para finalizar a obra é a promessa feita pelas autoridades de ele poder possuir sua maior paixão, Viberana - em Creonte, é raro tomar posse de uma mulher, ainda mais sendo de dimensões sociais diferentes. Além disso, a paixão não é algo recomendado pelas autoridades.
Em tom de realismo mágico, esta parábola ficcional, baseada em experiências na área de Psiquiatria, muito se assemelha aos nossos costumes. E, assim como muitos com seus delírios, os habitantes de Creonte vivem uma estranha cultura: a de malograr suas existências.